Especialistas da UFSC, do PLAMUS, do IPUF e o comando da Guarda Municipal trabalham juntos no projeto |
A Oficina “Desenho de Espaços Públicos” foi realizada durante o Dia Mundial Sem Carro, na última segunda-feira, dia 22, com a finalidade de propor um novo desenho urbano para a importante intersecção de acesso à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), próxima à Praça Santos Dumont no Bairro Trindade. Participaram desta oficina arquitetos, urbanistas e especialistas em mobilidade da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, do IPUF – Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis e do PLAMUS – Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis, que analisaram o local e colocaram no papel sugestões para melhorar o trânsito no entorno da rótula ali existente. Agora, os participantes da oficina buscam as autorizações necessárias junto aos órgãos municipais da Capital para testar na prática estas propostas.
Para dar seguimento a esta iniciativa foi realizado, nesta sexta-feira, dia 26, um novo encontro entre os integrantes da oficina, desta vez na sede IPUF. A ideia é compilar os desenhos e concepções que foram traçados e apresentá-los às autoridades a fim de obter o apoio necessário. Como explicou a arquiteta Vera Lúcia, do próprio IPUF: “Queremos discutir o que foi analisado na oficina e estabelecer o que podemos fazer na prática. Esperamos obter tanto o aval da autoridade de trânsito quanto a aceitação da população. O objetivo dessa ação é aumentar a segurança dos pedestres e a fluidez do trânsito”. Ela ressaltou ainda que a inspiração para tanto é a filosofia do urbanista norte-americano Michael King, que esteve em Florianópolis em agosto a convite do PLAMUS e demonstrou na prática técnicas para humanizar a cidade e diminuir os congestionamentos de veículos ao priorizar pedestres e ciclistas.
As observações colhidas na oficina dão conta de que a área da praça possui um grande fluxo de pedestres, ciclistas e veículos, todos disputando o mesmo espaço, com um alto risco de atropelamentos. Para contornar esse cenário, os membros da oficina têm planos de reestruturar as faixas pedestres, ampliar calçadas e alterar o sentido de vias, entre outras ações que tornarão a região mais segura e ordenada. O coordenador do PLAMUS, Guilherme Medeiros, explica: “Pudemos estabelecer como resultado da oficina, três diferentes níveis de intervenção, de curto, médio e longo prazos. Estes diferentes níveis de intervenção também possuem custos e interferências gradativas no tráfego e melhoras na segurança do local. Em curto prazo, é necessário afastar um pouco as faixas de pedestre da rótula, e prover um caminho seguro para pedestres e ciclistas, que hoje tem que disputar espaço com automóveis, caminhões e ônibus para atravessarem a rua. Em médio prazo, poderão ser aplicadas intervenções na circulação de trânsito, para reduzir os conflitos viários na rótula. A longo prazo outras intervenções mais robustas poderão ser necessárias para definitivamente evitar os conflitos entre os veículos e as pessoas nesse local, possibilitando inclusive a efetiva integração da Praça Santos Dumont ao Campus da Universidade. A solução mais simples é possível ser implantada com poucos recursos e em pouco tempo, resultando em maior segurança para pedestres, ciclistas e o trânsito daquela área. Não se pode medir o valor de uma vida”.
Também participaram do encontro desta sexta o subcomandante Martarello, da Guarda Municipal, os professores Fernando Barth e Arnoldo Debatin, do Departamento de Arquitetura da UFSC, Marco Ávila, do IPUF, e membros da Coordenadoria de Planejamento de Obras (COPLAN), também da UFSC. A expectativa é que ainda no início de outubro as propostas sejam apresentadas às autoridades de trânsito do município em busca da autorização para que seja realizada a experiência na Praça Santos Dumont.