João Galhardo, do IAB de Palhoça, durante os trabalhos de sábado. (Foto: Cristiano Moraes) |
A participação da sociedade civil e do poder público na elaboração do PLAMUS - Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis foi o foco dos cinco ciclos de oficinas realizados de abril a junho, com representantes dos 13 municípios da região. A última desta primeira etapa de diagnóstico aconteceu no sábado (07/06), na Faculdade Municipal de Palhoça, com a presença do prefeito Camilo Martins e cerca de 30 participantes, entre membros de entidades e técnicos da prefeitura municipal. Helio Costa, consultor em Processos de Participação Social do PLAMUS, coordenou as atividades, que tiveram como objetivo identificar as necessidades de deslocamento de cada comunidade, além de encontrar alternativas através de um diálogo aberto e democrático.
Os resultados de cada oficina são publicados no site do PLAMUS, em forma de relatório, e serão encaminhados para análise dos técnicos do Plano, para que as expectativas apontadas embasem o documento final do projeto. Uma das conclusões alcançadas com as reuniões foi unânime: há falta de planejamento do setor público com relação à mobilidade. “A comunidade sente na pele os problemas e é a melhor fonte para esse Plano. A ideia das oficinas é justamente ir para a realidade das pessoas. Com elas, identificamos que tanto a sociedade quanto os políticos têm vontade de fazer”, revela uma das organizadoras das oficinas, Daniely Votto, gerente de relações estratégicas da EMBARQ Brasil.
Helio Costa conduziu oficinas. (Foto:Cristiano Moraes) |
“A oficina vem para melhorar a discussão, ver quais são os reais problemas, para que, futuramente, possamos ter um Plano de Mobilidade integrado entre todos os municípios, e possa ser colocado em prática o mais breve possível, para amenizar e melhorar a mobilidade que hoje é um complicador de origem e destino”, afirma o prefeito Martins.
“Em São José foram feitas outras reuniões para levar assuntos aos vereadores, por exemplo. O resultado é produtivo. Eu sempre estou presente para lembrar que há uma população que anda de bicicleta e que existe uma demanda de pessoas que gostariam de usar se houvesse condições. Tenho esperanças que o PLAMUS contemple esse modal”, diz ele, que participou das oficinas de Palhoça, São José e Biguaçu.Participantes engajados pela mobilidade urbana de suas regiões, como representantes do movimento Passe Livre, professores, lideranças políticas e presidentes de entidades debateram e contribuíram para buscar resultados comuns. Na opinião do presidente da Associação dos Ciclousuários da Grande Florianópolis (ViaCiclo), Luis Antônio Peters, as oficinas do PLAMUS foram muito positivas e incentivaram certos grupos a extrapolarem as discussões em mobilidade e buscar soluções para outros problemas dos municípios.
Robison Baldanza, presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), núcleo Palhoça, participou do encontro no município e levou as ideias da entidade sobre a mobilidade urbana. “O que costumamos discutir no IAB é a questão do transporte marítimo. Os municípios litorâneos perderam sua relação com o mar e isso deve ser resgatado. Além disso, acreditamos que o transporte marítimo pode ser mais rápido e viável”, destaca.
Já para a presidente da Associação dos Moradores da Bacia do Maciambú, Bernadete Ciriaca Karklin, a principal dificuldade da região Sul de Palhoça é a falta de investimentos em infraestrutura das estradas e falta de mobilidade entre os bairros. “As pessoas não conseguem se locomover e, muitas delas, deixam de estudar por falta de mobilidade”, revela durante as discussões na oficina.
Participantes deram suas contribuições para a elaboração do PLAMUS. (Foto: Cristiano Moraes) |
Essas e outras questões levantadas garantiram a pluralidade de opiniões e soluções em mobilidade. Guilherme Medeiros, coordenador do PLAMUS pela SC Parceiras, afirma que o processo foi rico e que vivenciar e discutir com a sociedade os problemas foi gratificante. “Foi uma satisfação ver a diversidade de representação de vários segmentos nas oficinas. É muito importante para a leitura da compreensão social do problema. Pudemos perceber que o que o diagnóstico técnico levantou fecha com a percepção da sociedade. Isso quer dizer que caminhamos para uma convergência”, avalia.
O estudo avalia os diversos elementos urbanos que impactam na mobilidade de cada município alvo da pesquisa, orientando o seu desenvolvimento para a criação de cidades mais harmônicas e conectadas entre si, que aproximem as pessoas de suas atividades cotidianas, aumentando a qualidade de vida da região da Grande Florianópolis.De abril a junho deste ano, foram realizadas oficinas com a presença de técnicos municipais e representantes da sociedade civil dos 13 municípios envolvidos no PLAMUS: Anitápolis, Rancho Queimado, São Bonifácio, Angelina, Antônio Carlos, Águas Mornas, São Pedro de Alcântara, Santo Amaro da Imperatriz, Biguaçu, Governador Celso Ramos, São José, Palhoça e Florianópolis. Os resultados apontados servirão de base para o documento final.
Canal Participativo
As oficinas presenciais chegaram ao fim, mas você ainda pode ajudar a construir as melhorias de mobilidade para a sua região por meio do Canal Participativo do PLAMUS! Acesse e deixe comentários sobre seus hábitos de deslocamento e sugestões para qualificar a mobilidade urbana da Grande Florianópolis. Participe!