“Eu vivi na Alemanha e lá praticamente nunca tive que compartilhar vias com veículos motorizados”, conta Rodrigo Herd, integrante da Associação de Ciclousuários da Grande Florianópolis – ViaCiclo, ressaltando o bom exemplo daquele país, onde a bike é valorizada e existem ciclovias em praticamente todas as grandes cidades.
Na noite de terça-feira (29/04), Guilherme Medeiros, coordenador do PLAMUS pela SCParcerias, e o engenheiro canadense Dylan Passmore, responsável pela elaboração do projeto cicloviário do projeto, reuniram-se a um grupo de usuários de bicicletas no campi da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, para fazer um levantamento da infraestrutura disponível e da demanda para este tipo de transporte na região metropolitana.
Os estudos realizados pelo grupo incluíram um levantamento dos locais onde já existem alguma estrutura cicloviária, detectando os pontos de uso intensivo de bicicletas, além dos trechos que são compartilhados com veículos motorizados e aqueles onde há riscos significativos para a segurança do ciclista. Além deste mapeamento, discutiu-se também a legislação em vigor no Estado, com destaque para a Lei 15.168/2010, que trata da infraestrutura viária e seus equipamentos, além do planejamento e a gestão das alternativas de mobilidade não motorizadas.
O belga Patrick Derycke é usuário da bicicleta como transporte preferencial desde que se mudou para Florianópolis, há 12 anos. Derycke participou da oficina focado em garantir que o mapeamento das estruturas e das necessidades cicloviárias incluam também a região continental. “Eu percorro a Grande Florianópolis de bicicleta frequentemente por razões profissionais e percebo o avanço excepcional que será para nós termos uma malha cicloviária integrada e segura em toda a região metropolitana.”
Dylan Passmore está coordenando o processo participativo de levantamento das necessidades da região em termos de transporte não motorizado e, ao mesmo tempo, realiza uma série de pesquisas e coletas de dados para dar suporte ao planejamento do PLAMUS. Engenheiro de formação e especializado em transporte não motorizado, Dylan já participou do planejamento de redes cicloviárias de diferentes cidades no Canadá, seu país de origem, e aqui no Brasil, no Rio de Janeiro. Ele define sua missão no PLAMUS: “Quero contribuir para um planejamento multi-disciplinar, particularmente focando o design urbano relacionado ao pedestre e às bicicletas e quero aprender com as diversas partes afetadas pelos estudos e planejamento que estamos empreendendo”.